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vida dos dinos
vida dos dinos

      Evolução

    O período Triássico, que começou 248 milhões de anos atrás e durou 40 milhões de anos, 

 

é o início da era Mesozóica, a Era dos Dinossauros. Nessa fase da história da Terra, os continentes estavam todos unidos num só, que os geólogos chamam de Pangéia, pala-vra que significa todas as terras. O único oceano que havia então recebeu dos geólogos o nome de Pantalassa (todos os ma-res). As plantas com flo-res ainda não existiam nesse período.
      Os primeiros dinos-sauros apareceram na fa-ce da Terra há cerca de 230 milhões de anos, mais ou menos na metade, portanto do Triássico.  Foram os gêneros Herre-rasaurus e Staurikosau-rus. Em outubro de 1991, um estudante descobriu, na Argentina, o Eoraptor, dinossauro de 225 milhões de anos, 90 cm de comprimento e 11 kg. Ele mostra que os dinossauros eram inicialmente pequenos, carnívoros e bípedes.  O Herrerasaurus foi descoberto no mesmo local e tem idade semelhante, mas o Eoraptor tem características mais primitivas.
      Quando o Triássico terminou, os dinossauros já dominavam a Pangéia. Como havia um só continente, dinossauros desse período, como o Allosaurus, ocuparam toda a Terra

    O período seguinte, o Jurássico, começou 208 milhões de anos atrás e terminou há 144 milhões de anos (durou, portanto, 64 milhões de anos). 

 

Nesse período, aquele continente único dividiu-se em dois, que são chamados de Laurásia (compreendendo América do Norte, Euro-pa e Ásia) e Gondwana (América do Sul, África, Austrália, Oceania, Antártica e Índia). O oceano que os separava é hoje chamado de Tétis.
      O nível das águas subiu e ala-gou grandes extensões de terras baixas. O clima era quente e úmi-do e surgiram as primeiras plantas com flor. Apareceram as sequóias, árvores gigantescas que existem até hoje.
      Com essa riqueza de vegetais, dinossauros herbívoros, como os Sauropoda e os Stegossauria também proliferaram. Mas, os carnívoros continuaram a se expandir sobre a Terra.
      

 

No Cretáceo, iniciado há 144 milhões de anos, a Lau-rásia e o Gondwana se fragmentaram, dando origem aos continentes atuais, com forma semelhante à que têm hoje. O clima continuava úmido, mas com esta-ções do ano mais definidas. 
      Os dinossauros exibiram enorme diversidade e havia diferenças entre os do hemisfério sul e os do hemisfério norte. Os do sul tendiam a ser maiores e mais primitivos que seus contemporâneos do norte. Mais de metade das espécies conhecidas viviam nesse período, mas, 65 milhões de anos atrás, eles desapareceram completamente, junto com muitas outras espécies. Essa extinção em massa é o evento usado pelos geólogos para marcar o fim do período Cretáceo e da Era Mesozóica.


 Dinossauros Triássico   
        

Dinossauros do Jurássico

                          
     Saltassauro (abaixo), dinossauro do Cretáceo, que viveu onde é hoje a Argentina.

           

Outros dinossauros do Cretáceo

       



 Como desapareceram
Foram aventadas já mais de cem possíveis causas para o abrupto desaparecimento dos dinossauros, como alterações do nível do mar, mudanças climáticas, aumento da atividade vulcânica e, a mais aceita, a queda de um enorme meteorito na Terra.
Por que se acredita na hipótese de extinção pela queda de um meteorito ? Em 1980, o físico norte-americano Luiz Alvarez e seu filho, o geólogo Walter Alvarez, estudando camadas de calcário de Gubbio, na Itália, verificaram que, entre duas delas,  havia uma delgada camada de argila marrom-avermelhada, com apenas 2 cm de espessura. Nela, constataram uma concentração de irídio 30 vezes maior que a habitualmente encontrada na Terra.   E o irídio é milhares de vezes mais abundante nos meteoritos do que na Terra.  
    A rocha em que acharam com esse teor anômalo de irídio tem 65 milhões de anos. Posteriormente, concentrações anômalas de irídio (até 160 vezes maior que a normal)  foram encontradas em mais de 50 lugares espelhados pelo mundo, sempre em rochas de 65 milhões de anos, mostrando que a origem do metal estava associada a um evento de alcance planetário. Como a data coincide com o desaparecimento dos dinossauros, deduziu-se que este decorreu da queda de um grande meteorito.
    Os dois cientistas fizeram cálculos e concluíram que o meteorito, que viajava a 100.000 km/h, deveria ter 10 km de diâmetro.  Foi só dez anos depois, porém, em 1990, que se encontrou a cratera onde ele teria caído. Chamada de Chicxulub, ela fica perto da península do Yucatán, no Golfo do México. Seu diâmetro – 200 km - é exatamente aquele previsto pelos Alvarez. A profundidade deve ter alcançado, na ocasião da queda, 13 km aproximadamente (alguns autores falam em 40 km).
    A razão isotópica de dois isótopos de irídio encontrada na camada argilosa de Gubbio mostrou-se igual à que existe no nosso sistema solar, o que mostra que o meteorito originou-se do nosso próprio sistema solar. 
    

 

A queda do meteorito deve ter gerado chuva ácida, incêndios monumentais e tsunamis com ondas de 1 km de altura. Jogou na atmosfera mais de 49.000 km3 de poeira, uma nuvem que bloqueou a luz do Sol por três meses em toda Terra, fazendo com que sua cobertura vegetal desaparecesse quase completamente, por falta de luz, necessária à fotossíntese. Os dinossauros (primeiro os herbívoros, de-pois os carnívoros, que deles se alimentavam) e cerca de 60% das espécies existentes no planeta foram extintos. Nos oceanos, 80% das espécies pereceram, em razão da acidez das águas. Só animais com menos de 50 kg, que comiam pouco, como os mamíferos, sobreviveram.
    Segundo Luís Alvarez, a queda do meteorito deve ter causado “com certeza a escuridão, sem dúvida o frio, talvez a chuva ácida e possivelmente um aquecimento global”.
    O impacto foi tão enorme que mudou a forma da crosta terrestre e Chicxulub foi o primeiro local em que se constatou deformação da base da crosta em uma cratera de impacto. A energia liberada foi equivalente a cerca de 100 milhões de megatons. Para comparar, a bomba jogada sobre Hiroshima tinha 15 quilotons.
    Cálculos feitos com uso de computadores em 2007 levaram à conclusão de que há 90% de chance de que esse meteorito, um condrito carbonáceo, tenha sido um dos fragmentos resultantes de um choque de asteróides ocorrido há 160 milhões de anos, e do qual resultou a família de asteróides chamada Baptistina.  Há 70% de certeza de que outro dos fragmentos caiu na Lua e formou a cratera Tycho, bem visível da Terra com uso de um bom binóculo. E também Marte e Vênus muito provavelmente foram atingidos por meteoritos resultantes desse choque.
    

 
 

Entre os animais que sobreviveram à queda dessa enorme meteorito, estavam os mamíferos, que eram muito pequenos, do tamanho de camundongos. O mais primitivo deles que se conhece é o Eomaia scansoria (desenho ao lado) que tinha 16 cm, vivia em árvores e viveu há 125 milhões de anos. É um animal tão primitivo que não se sabe bem como  encaixá-lo   na  árvore  genealógica   dos mamíferos.  Talvez ele nem  tenha deixado descendentes. A vida nas árvores pode ter sido a razão de ele ter sobrevivido, enquanto espécies que viviam em tocas desapareceram.
    Nem todos os mamíferos, porém, eram assim pequenos. Em janeiro de 2005, a equipe liderada pelo paleontólogo chinês Yaoming Hu, do Museu Americano de História Natural, descobriu um mamífero cretáceo, de 130 milhões de anos, o Repenomanus giganticus, que tinha o tamanho de um cachorro: 1 m de comprimento e peso estimado em 14 kg. E mais: descobriu que ele comia filhotes de dinossauros, como o Psittacosaurus.
Embora a queda de um grande meteorito seja, como foi dito, a explicação mais aceita para extinção dos dinossauros, é preciso lembrar que muitas outras espécies animais desapareceram no final do Cretáceo, e essa extinção nem sempre seguiu o padrão daquela que acabou com os dinossauros. Os répteis marinhos, por exemplo, desapareceram alguns milhões de anos antes do fim do Cretáceo. Além disso, o número de espécies de dinossauros vinha já diminuindo havia vários milhões de anos quando sobreveio a grande catástrofe que acabou de vez com esses animais.
Com a deriva dos continentes, acentuada no Cretáceo, mudaram as correntes marítimas e o regime dos ventos. Isso deu início a um esfriamento constante do clima da Terra o que pode explicar por que a extinção de algumas espécies ocorreu antes da provável queda do meteorito.
Além disso, na região central da Índia houve uma enorme atividade vulcânica, que durou vários milhões de anos, gerando os derrames de lava que se vê hoje no planalto do Deccan. Esse vulcanismo deve ter lançado um volume imenso de poeira e gás na atmosfera, bloqueando o calor do Sol e causando uma brusca queda de temperatura na Terra, a exemplo do que viria a ocorrer de novo, de modo muitíssimo mais rápido, com a queda do grande meteorito na península do Yucatán.
Portanto, outros fatores devem ter contribuído para a grande extinção de vida que ocorreu no final do Cretáceo.